sexta-feira, 1 de abril de 2016

estado de espírito #2

Not a bad view to wake up to.

Há alturas na vida que me apetece parar. Parar de fazer, parar de pensar, parar de tudo. É preciso e necessário. Alturas na vida que nada parece fazer sentido, nada me satisfaz, não me sinto realizada. Com isto tudo vem a falta de vontade de trabalhar, a falta de concentração. Por muito que lute parece que ando em ciclo, um ciclo viciado que não me permite avançar.
E a vida não me permite parar. Sou mulher, sou dona de casa, estudo à noite (mestrado) e já conto com duas pós-graduações tiradas nas mesmas condições. Sinto falta de tempo para mim, de tempo de qualidade, mas parece que vivemos para pagar contas. A vida não é nem está fácil, não é novidade para ninguém.
Apetecia-me uma lareira acesa, um chá, uma manta e um bom livro. Mas existe roupa para dar a ferro, existe a casa para limpar, existe um marido, existe uma cadela, uma gata, e montes de apontamentos para ler, trabalhos para fazer e um semestre para concluir. E eu? Onde fica a parte da mulher? Isto já para não falar da quantidade de trabalho que vem do escritório para casa.  
Trabalho na área em que licenciei, sei bem que nem toda a gente tem essa sorte, mas não me sinto realizada. Sinto-me desmotivada e nada concentrada. Se produzo no trabalho? Não. Mas também acho que não tenho condições para isso.
Olho para o futuro e vejo tudo turvo. É complicado não conseguir ver mais à frente e também não sei como vai ser. Estou entre a espada e a parede e com muitas decisões importantes para tomar.
Tento levantar-me, dizer para mim mesma, repetir até à exaustão que as rédeas da minha vida sou eu que as tenho. Mas às vezes a pouca sorte parece carma!

imagem: http://ourlifeintransit.com/

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